23 May 2008

Dream of Californication

Antes de mais, as minhas sinceras desculpas para com a meia dúzia de seguidores deste estaminé mas as últimas semanas têm sido (e vão) ser complicadas. Ainda pensei deixar o blog parado mais um pouco até surgir o meu "Diário de Bordo" do Festival de BD de Beja mas deixo-vos com outra coisa:
Desta vez venho-vos falar provavelmente da melhor série do momento dentro do seu género. Como devem ter percebido, trata-se da série Californication. E que poderá ter esta série de especial? Bem, basicamente... tudo.

Num artigo que o David Soares publicou algures, ele falava no papel de escritor e/ou argumentista que é muitas vezes esquecido e deixado para 3º ou 4º plano em detrimento da arte (caso da BD) ou dos actores, realizadores e outros "ores" que montam o espectáculo. But fear not, my writing friends!!! CALIFORNICATION IS HERE!!

Hank Moody é um escritor de relativo sucesso e uma sólida base de fãs. É muito bom e reconhecido em diversos circuitos. Com apenas 3 romances publicados ao longo de muitos anos (e mais umas curtas e essas coisas que os escritores mais conhecidos têm que fazer para pagar as contas lá de casa) vê finalmente o seu trabalho "valorizado" quando o seu livro God Hates Us All é transformado num filme chamado A Crazy Little Thing Called Love com Tom Cruise e Katie Holmes nos principais papéis (antes que corram para o IMDB Cruise-lovers, este filme NÃO existe! Foi criado apenas para a série). Mais não é preciso dizer para perceberem que o filme é considerado uma valente porcaria mas o retorno financeiro para o nosso querido escritor é bem evidente. Hank em algumas tiradas bem inspiradas, faz a folha ao realizador do "filme" e mais não digo para apreciarem devidamente estas cenas míticas.

Para fazer este filme, Hank e a família (a deusa Karen e Becca, a filha rock star genialmente precoce) mudam-se de Nova Iorque para Los Angeles de forma a Hank acompanhar a rodagem (chamemos-lhe massacre) do filme inspirado no seu livro. O tempo passa e L.A. definitivamente não é o sítio para esta tripla. O espectador apanha a vida de Hank numa péssima altura e só aos poucos é que descobre o que efectivamente aconteceu para a Karen ficar noiva de um tipo sem interesse e mudar-se com a filha para a casa dele, Hank, num estado de total bloqueio criativo há já algum tempo devido à adaptação do seu livro, navegar por um mar de libertinagem, álcool e pussies como se não houvesse amanhã e ainda o porquê do estado em que se encontra o Porsche da personagem principal (sim, até isso tem o seu interesse. Aquele carro tem carácter e um historial por trás que só visto).

Logo nos primeiros episódios assistimos a um dos engatanços de Hank que mais estranhos resultados vai produzir e que ficarão definitivamente na História da televisão e cinema. A história pouco avança mas esse mítico David Duchovny prende-nos a atenção com uma das mais interessantes personagens vista na televisão.

David é um pequeno deus nesta série, completamente à vontade numa personagem que faz tudo para que a sua vida não se desfaça ainda mais mas ao menos tempo não quer saber e leva tudo na boa. É a personificação do que melhor e pior existe num mundo que muitos almejam atingir, Hollywood.

Para aqueles que conseguiram acompanhar a pedalada dos primeiros episódios, a sua dedicação à série é imediatamente compensada. Tudo o que tem acontecido tem ou vai ter um peso, algumas vezes bem grande, no futuro. Aos poucos vamos perceber como é a vida deste escritor e quem sabe, de outros, que vivem sempre com o fantasma de um bloqueio criativo à espreita.

Finalmente a justa homenagem a uma vida que supostamente não tem interesse em ser mostrada como muitos pensam. Inúmeros filmes sobre músicos, pintores e outros artistas têm sido feitos mas sobre escritores e o que é realmente viver da escrita, arrisco-me a dizer que esta série é pioneira.

Não vos queria estar a contar mais coisas para não perderem pitada desta série. Cada episódio tem apenas 25 minutos mas estes 25 minutos valem mais do que muitas horas de muito cinema e televisão que tenham visto. Às vezes a série é criticada por "não ter história" mas acreditem, ela está lá... E chama-se Hank Moody!

Atenção que isto é material para maiores de 18. A Showtime, canal "financiador" da série, não tem quaisquer problemas em meter cenas muuuiiito explicitas e que já valerem muitas censuras e protestos de puritanos. E com alguma razão se não forem vistas dentro do contexto. Há muita coisa que nem passariam pela cabeça de muita gente.

11 comments:

João Rosa said...

Esta série é excelente, cada vez mais adoro produções que se foquem numa personagem que seja diferente do comum. Duchovny is the man.

crucios said...

"Há muita coisa que nem passariam pela cabeça de muita gente."

tais como...xD

DC said...

Duchovny is the man!! _\m/

Tens que ver para perceber;) Vale bem a pena.

Nuno Amado said...

Nice.... muito fixe essa série!
Duchovny é um bom actor e sente-se mito à vontade neste tipo de papeis!
(não sabia o nome do tipo que escreve....)
LoooL

crucios said...

now i understand... L.O.L

Loot said...

Por acaso esta era a próxima série que estava a pensar falar no blog.

Adorei e estou ansioso pelo seu regresso.
David Duchovny volta em grande com um personagem que de certeza ficará na memória de todos.

E por falar em cenas escaldantes, a série começa logo a matar no primeiro episódio.

Abraço

DC said...

Bongop tens que ver a série completa. Início até ao fim.

Crucios: LOL LMFAO (ou lá como se escreve) hehe

Loot: Dizem que é este Verão que a 2ª temporada vai estrear. Mal posso esperar.
Sim, a do 1º episódio mereceu sérias críticas hehe Mas para mim a melhor nada supera a Mia e aquele "Sex and Punching" lol

crucios said...

já vi a temporada toda e what a boring life... I want some more Californication!!

grande final de temporada n estava mesmo `a espera e gostei mt. :)

refemdabd said...

Gosto da Showtime, vai sempre um bocado para lá do que é generalmente aceite na sociedade Norte-Americana, e isso é bom. Cansa-me a FOX e a sua crusada Republicana; a HBO traz o bom e o mau que há em mim ao de cima: excelentes séries e depois cancela-as sem mais nem menos (o que é um costume que transcende para outras produtoras), nem quis acreditar no cancelamento da série Rome (mas ao menos teve um closer aceitável)! Agora cancelarem Deadwood?!!!! Isso é que foi um duro golpe (mas compreendo: é só para pessoas inteligentes; até aonde é que alguém que não é rápido de pensamento consegue acompanhar tal intrinseca trama?). Também gosto da Entourage, mas os preços praticados nos DVDs são um verdadeiro assalto com violência incluída!

Esta Californication é de mestre, vejamos até aonde é que conseguem distrair, os tais menos rápidos de pensamento, com gajas e cenas dignas de serem classificadas como "NC-17" pelos puritanos e mentecáptos revisores da MPAA, mas muito ao gosto de qualquer teenager ávido de nudez gratuita (que é sempre a melhor, convenhamos!).

Também gostava que fizesses uma review da série "Weeds"; já vi as duas primeiras seasons e estou à espera, a qualquer momento, da terceira que a Amazon já me enviou.

Showtime rules!

DC said...

Problemas com dinheiro para série? Nada que a net não resolva. Ainda agora acabei de ver o último episódio da 4ª temporada de Lost! hehe
Weeds já vi a 3ª temporada toda há algum tempo. Às tantas faço uma review à quarta temporada que está quase a começar nos states.
O final da 3ª temporada de Weeds é excelente. A próxima promete muito.

Furniture Movers Suffolk said...

This was a lovely bloog post