19 September 2009

Sketch amealhado #8

PEDRO PIRES



Mais um excelente autor português. Apesar de passar despercebido publicou uma BD de grande sucesso pela Devir, Anjos e Outras Armadilhas que hoje se encontra esgotadíssimo além de dois contos para a Colecção Quadradinho.

Facto curioso sobre este autor é que ele é daltónico. Mas este problema em nada diminui o seu talento já que lhe permite, e isso é muito evidente nas suas obras a cores, usar uma palete fora do normal.

Este desenho foi feito na festa de Halloween de 2006 da loja Centralcomics. Na altura o autor não tinha canetas com ele tendo feito este desenho com a única caneta que eu tinha, uma Rotring a tinta-da-china com um bico de 0.5 mm! Verdadeira paciência de chinês e grande dedicação que o autor teve neste espectacular desenho utilizando uma caneta tão fina.

12 September 2009

Sketch amealhado #7

DERRADÉ





Outro autor que abrandou muito significativamente a sua produção de BD é o Derradé. Outrora um grande nome do humor português, chegou a lançar uma revista humorística HL Comix que infelizmente teve pouca duração. A maioria das histórias que iria formar o 3º número da revista estão no hilariante Moda Foca. Da sua autoria ainda se encontram Fúria e Fava! além de Pai Natal: Um Estudo Morfológico (este em colaboração com Geral), todos lançados pela Polvo.

Este desenho dos The BadSummerBoys Band foi feito durante a entrega dos prémios Amadora 2006, a mais curta visita que alguma fiz ao festival. Estando a entrega programada para um local longe do Forúm Camões, a organização forneceu autocarro a quem quisesse ir. Tendo o Derradé ficado para trás, pedi-lhe então para me assinar algumas obras onde ele tinha participado além de um desenho no meu bloco enquanto eu, o Diogo Valadas e o Hugo Jesus fomos à entrega.

Para aqueles que estiveram presentes e se recordam, os autores João Mascarenhas e José Abrantes tiveram uma forte claque no fundo da sala. Eramos nós que sempre que ouvíamos o nome dos autores fazíamos uma algazarra como se fosse a final de algum mundial de futebol. De momento não me lembro dos resultados mas tenho ideia de que o Mascarenhas ganhou o trofeú para melhor fanzine com o segundo número do Menino Triste.

05 September 2009

Sketch Amealhado #6

FILIPE ABRANCHES




Filipe Abranches, profícuo autor de BD e ilustrador, é responsável por diversas ilustrações e capas de livros de varíadissimas editoras. É também autor de, por exemplo, Alô?, 16-1 e Solo, todos editados pela Polvo. Se não estou em erro, está também ligado único curso superior de banda desenhada do país no pólo de Guimarães da Escola Superior de Artes do Porto.

Este desenho de um mouro feito integralmente a caneta foi realizado nas poucas horas que estive presente na edição de 2006 dos festival da Amadora onde nem tempo tive para ver o piso inferior de exposições.

Facto curioso, comecei recentemente a ler a edição da Clássica Editora do livro O Império do Medo da autoria de Brian Stableford (recentemente reeditado pela Saída de Emergência) e constatei quase por acaso que a capa reproduzida ao lado vem creditada como sendo da autoria deste autor.

03 September 2009

Pax Romana

Argumento, Desenho, Cor:
Jonathan Hickman
Editora: Image Comics


2053 d.C., o Islão é a religião predominante na Europa ocidental.
O Vaticano financiou secretamente durante décadas certas instituições, laboratórios e cientistas para poderem deter e manter secretos certos avanços científicos. O mais recente avanço tecnológico? Viagens no tempo de grandes massas, em completa segurança mas sem hipótese de retorno.
Uma tecnologia potencialmente perigosa e muito apetecível torna-se assim uma arma nas mãos do Vaticano que pretende usá-la para moldar e, nas palavras deles, salvar o futuro da Humanidade, destruindo o passado.

Esta é uma premissa que já vimos e lemos em inúmeras histórias sobre viagens no tempo e possíveis alterações do curso da História com determinados objectivos que acabam bem ou mal. Apesar de batido e de acharem que já se experimentou tudo o que havia para ser lido e visto, a verdade é que muito dificilmente se encontra algo ao nível de Pax Romana.

É ponto assente pelo Papa Pio XIII que jamais se intervirá na vida de Cristo. Como o próprio diz, a ideia não é tornarem-se colaboradores de Cristo ou criar um paraíso artificial na Terra mas sim consolidar o poder da Igreja depois da ressurreição e antes da criação do islamismo.

5000 homens, armas nucleares, 4100 toneladas de ouro e a mais recente tecnologia militar comandada pelos cardeal Beppi Pele e o general Nicholas Chase, a maior mente militar do seu tempo, são enviados para 312 d.C. para ajudarem o imperador Constantino a consolidar o poder. Mas o que seria uma missão de fortificar a sua relação entre o império romano e a igreja aumentando o poder desta no futuro, o que acontece é uma tentativa de provocar uma revolução civilizacional que só aconteceria 1300 anos mais tarde de uma forma extremamente condensada e bem planeada. Uma experiência social que o intitulado Exército Eterno de Roma tenta produzir durante algumas gerações na tentativa de criar a melhor sociedade possível, tudo graças à esperança média de vida destes homens que ronda os 200 anos, fruto do futuro de onde vêem.

Acontece que, por mais bem preparados que estes homens estejam, por mais avançados que sejam e mesmo sendo a personificação do pináculo evolutivo até então, não deixam de ser humanos. Intrigas, discórdias e sede de poder assolam estes homens que com pequenos grandes actos vão mudar a História da humanidade de uma forma que jamais previram e que vos convido a descobrir neste livro.

No final do livro é possível ver um cronograma, o único extra, com os principais acontecimentos do mundo a partir do final dos acontecimentos desta história. O próprio Jonathan Hickman diz que, apesar de ser uma história com um final (se bem que aberto), irá continuar a contar a história desta linha temporal alternativa estando previsto para daqui a uns tempos a continuação 150 anos depois dos acontecimentos do actual livro.

Jonathan Hickman é um designer profissional que de um momento para o outro deu o salto para os comics. Começou na Image com certas mini-séries sempre ligadas a ficção-científica que em maior ou menor grau mostram um futuro perto com temáticas bem actuais como o jornalismo e o seu papel na política (Nightly News) ou engenharia genética ao alcance de todos (Transhuman).

A sua formação de designer permite-lhe um estilo de desenho (chamemos-lhe assim), completamente fora do habitual. Pintura, colagem e desenho digital misturam-se numa amálgama de cores simples ajudando ao estilo de escrita e ambiente diferentes do habitual. O layout das vinhetas e diálogos também é de uma simplicidade que nos chega a fazer pensar "como é que nunca me lembre de fazer isto?" e que tenho que concordar com a autora da introdução que será muito brevemente copiado num estilo que terá o nome do autor.

Com uma sensibilidade muito diferente da habitual no que toca à ficção científica, Hickman, que criou este livro todo de raiz (desenho, cores, legendagem, paginação, design), é um dos novos valores dos comics americanos, uma aposta segura que aconselho a manterem debaixo de olho.
Muito recentemente deu o salto para a Marvel sendo um dos escritores destacados no selo The Write Stuff onde a editora mostra as mais recentes apostas em termos de argumentistas. Actualmente está a escrever Secret Warriors em colaboração com Brian Michael Bendis além de ser o novo argumentista apontado para substituir Mark Millar aos comandos da revista Fantastic Four. Claramente uma estrela a subir a uma velocidade vertiginosa.

Para lerem gratuitamente o primeiro número desta mini-série de 4, cliquem aqui.