14 April 2008

Loop station (II): Death Proof


Decidi mudar a ideia por detrás da Loop station. Em vez de mostrar o disco que está constantemente a passar no estaminé, vou mostrar o que anda a rodar por cá apresentando também o filme. Isto porque a grande maioria dos discos que ouço são bandas sonoras.
Perdida a oportunidade de comentar o filme Sweeney Todd e a banda sonora de Juno (se encontrar barato e me entusiasmar, talvez escreva qualquer coisa), passo agora para Death
Proof
.

Apanhei o disco em promoção mais uma vez num daqueles super-mercados culturais que todos conhecemos para o bem e para o mal (especialmente das carteiras).

Passado tanto tempo depois de ter visto o filme no cinema, ao ouvir o cd, cheguei a uma vergonhosa conclusão: não me lembrava de nenhuma cena à excepção da lap dance e mesmo essa foi muito esforço de memória. Não reconhecendo as músicas, tive que rever o filme.

Bem, ainda mais envergonhado fiquei. Como foi possível deixar passar tantas cenas memoráveis?!?
Nesta segunda visualização, dei mais atenção à banda sonora e, como sempre, é soberba e incrível.
Os diálogos são tantos e tão bons que a banda sonora peca por não ter mais mas os principais estão lá. Dou destaque obviamente ao diálogo onde nos é apresentado Stuntman Mike, a definitiva ressurreição de Kurt Russel para os grandes papéis.

Em relação às músicas, que há mais para dizer? Mais uma prova que Tarantino é tão bom realizador e escritor como conhecedor de música. Grande parte da alma dos filmes dele vive das músicas, onde cenas memoráveis só são isso mesmo, memoráveis, por culpa das músicas. Quem viu o filme mas ainda não teve oportunidade de rever ou de ouvir a banda sonora, antes de mais que procure a The Coasters - Down in Mexico... Anos 60 e 70 em alta!


Em relação ao filme, os fãs de Tarantino têm uma relação de amor-ódio com esta metragem.
Há aqueles que adoram o filme. Os mesmos diálogos espectaculares, uma perseguição de automóveis como já não se via há muitos anos (note-se que este filme não teve uma única pitada de CGI, é tudo carroçaria e chapa a desfazer-se a 200km/h), um "vilão" que mete medo ainda antes de sabermos quem ele é, raparigas giras, acção... Enfim, o cocktail habitual que presenteia os mais entusiastas com piscadelas de olho ao Kill Bill e à segunda metade deste Grindhouse: Planet Terror.

E existem aqueles que não gostam e até teriam alguma razão mas simplesmente não entenderam a mística deste filme. Sim, é mau, tem pouca estória, final abrupto mas é essa a piada do filme. É daqueles tão mauzinhos que é genialmente bom. Um verdadeiro Grindhouse feito para divertir e entreter.
É essa a mística por detrás dos filmes Grindhouse, um filme para entreter, barato e mau.

Um clássico instantâneo que tanto poderia ser apreciado na época dourada dos Grindhouse como nos dias de hoje!


PS - Em Novembro vai sair Kill Bill: The Whole Bloody Affair. Ainda não se sabe pormenores sobre os extras mas já estão prometidos 4 (!) discos e fala-se que o Tarantino juntou os dois filmes num só, coloriu as cenas a preto e branco, acrescentou algumas cenas apagadas (censuradas para poder obter a classificação "Restricted" que penso que seja um "16+" já que esta nova versão será "Rated 17+", o nosso "18+") e mexeu na ordem das cenas para aquilo que ele estava a pensar fazer originalmente.

6 comments:

Loot said...

è o que me falta ver dos filmes realizador por Tarantino, por acaso o dvd traz os trailers falsos? Vi alguns e estavam fabulosos.

Abraço

Nuno Amado said...

Sou fan do Kill Bill , quero ver isso !

DC said...

Eu só vi aquele que vem com o Planet Terror. A versão que vi (aquelas que estão à "mão de semear") não trazia trailers.

É esperar alguns meses depois de Novembro pelo DVD. Sai este anúncio após eu ter comprado os DVDs nem há 2 meses...

João Rosa said...

QUERO! QUERO!

Anonymous said...

Tb quero ver!!!

refemdabd said...

Já venho tarde, eu sei!

Traz os falsos traillers e são absolutamente fantásticos: Chichi e Tejo num festival de sangue, amazing! É como o Tarantino dizia na Comic-Con: Queria fazer um trailler em que vocês exigissem que eu fizesse o filme.